quinta-feira, 18 de abril de 2013

Imagina...

(Ou: Por que o Brasil não precisa se preocupar com o risco de ataques terroristas durante a Copa do Mundo ou as Olimpíadas.)

Imagem: www.surenews.com
—Como assim, não explodiu?!
—É, chefe. Falhou.
—Como assim, falhou?! Estava programado para explodir tudo no meio do jogo, agora, às 15h17.
—O estádio onde seria o jogo não ficou pronto, escolheram outra cidade às pressas e nossa equipe não conseguiu embarcar para lá num voo a tempo.
—Como assim?
—Os aeroportos estão fechados para voos domésticos, para não prejudicar a chegada e a saída de delegações e torcedores de outros países.
—E agora?
—Eu tentei contratar mão-de-obra local, mas eles não são muito bons de prazo e de horário por aqui, disseram que tinham três serviços para entregar antes.
—E aí?
—Aí, eu descolei um terceiro pessoal, ponta firme, do chamado "crime organizado" aqui. Pelo nome, parecia gente séria.
—Legal. E eles toparam?
—Até toparam, mas não conseguiram chegar a tempo, com esse engarrafamento no entorno do estádio...
—Engarrafamento? Não ia ter trem e metrô para levar para todos os jogos?
—Ah, ia, né? Mas deve ficar pronto só para os Jogos Olímpicos de 2032.
—Eles usaram o carro-bomba, então?
—Não. Carros não estão podendo circular na cidade. Foi decretado feriado nacional, para não prejudicar o trânsito e o sucesso do evento, e agora os ônibus se chamam "VLT de Superfície" e "Trem-Bala de Asfalto".
—E eles não podiam ter chegado mais cedo, então?
—Eles bem que tentaram, chefe, mas o estádio acabou de ficar pronto. Ainda tá cheirando a tinta, uma beleza. Não tinha como entrar antes.
—Então, por que não dormiram na porta, para esperar?
—Até pensamos nisso, mas explodiu um bueiro no meio da madrugada nas proximidades, e achamos arriscado.
—Explosão?! Algum grupo concorrente chegou antes? A encomenda explodiu antes?
—Não, não... Como as tubulações de gás e de energia elétrica são velhas e sem manutenção, de vez em quando isso acontece, porque vaza gás num lugar e dá curto no outro.
—Ok, mas... Pelo menos, os explosivos que eu mandei chegaram?
—Então, chefe... Isso é outro problema... A mala na qual o artefato foi despachado foi roubada. Parece que é um problema meio comum nos aeroportos aqui, especialmente em voos internacionais.
—Bem, ainda temos alguns dias até a final. Vou mandar outra equipe, ou eu mesmo pego um avião até aí e resolvo tudo.
—Deixa pra lá, chefe. Deu pane no sistema das companhias aéreas, o senhor não vai conseguir chegar a tempo. Também, não vamos conseguir entrar no estádio. O site de venda de ingressos caiu. Aqui, até tem um tal de "cambista", mas é um pessoal meio perigoso. Nem temos o tanto de dinheiro que eles pedem, e ainda tem risco de comprarmos ingresso falso.
—Tá... Pelo menos, as cartas com veneno, você mandou?
—Mandei, chefe, mas as primeiras extraviaram, e, agora, o correio está em greve aqui.
—Nossa, realmente, eles não estavam preparados para um evento desse porte...
—E nós, menos ainda para eles. Vamos ver se temos mais sorte com os russos.

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