segunda-feira, 28 de julho de 2014

Império Contra-Ataca

Começou na semana passada a nova novela das nove (adoro uma aliteração) da Globo. O principal mérito, logicamente, foi tirar "Em Família" do ar, o que já deixa qualquer folhetim com uma vantagem considerável na largada. Como este blog não tem o menor compromisso com a crítica de verdade, vamos revelar o segredo para o sucesso de Império: o uso de personagens já velhos conhecidos de todos nós. Vamos a eles, antes que Aguinaldo Silva enfie 318 novos papéis e 57 núcleos, e estrague a alegria dos brasileiros.

Griselda: Cansada da vida de pobre, mecânica, encanadora e eletricista de rico, a marida de aluguel da Barra da Tijuca decidiu investir no que dá mesmo dinheiro neste país: um bom casamento.

Morena: Depois de ser prostituta, digo protagonista, traficada para o exterior, chorar uma novela inteira e inventar o autoparto, Nada Consta perdeu a guarda do seu filho, Júniô, que foi devidamente trocado por um ator melhor. Agora, passará a novela inteira tentando recuperá-lo, mas o papel, no fundo, é o mesmo. Porque a personagem sai do Complexo do Alemão, mas o Complexo do Alemão jamais sairá da personagem.

Bacana: Depois que deixou a Armação Ilimitada, nosso ator mirim perdeu tudo, chegou a fazer uma ponta em Malhação, mas agora só lhe resta o papel de pobre e tentar relançar a moda da pochete.

Thor Batista: Trocou de carro, mas continua atropelando pobre bêbado (o pobre, não ele) na estrada. Sua mãe só se preocupa em livrar sua cara das roubadas em que ele se mete e garantir que ele seja o herdeiro da fortuna do pai, obtida de forma obscura.

Adriano: Depois de uma carreira de sucesso no Divino Futebol Clube e de tentar viver um triângulo amoroso que incluía o seu tio nesta novela, Roni decidiu se entregar às drogas e ao papel de filho rejeitado pelo pai que não aceita sua sexualidade.

Naná: Esta é certamente a melhor interpretação que Viviane Araújo já teve em uma novela. Não podia ser diferente já que ela é a atriz mais experiente em Império: desfilou durante anos no Império Serrano e na Império da Tijuca. Isso lhe permite atuar como si mesma, com aquela cara meio acabada de quem está há duas décadas desfilando ininterruptamente em todas as escolas de samba de Rio e São Paulo, tudo para garantir um espaço na mídia. Só não se pode dizer que é o papel mais difícil da vida dela, já que a atriz-modelo-rainha-de-bateria-e-manequim foi casada com o pagodeiro Belo.

Silas: Depois do fim de Avenida Brasil, o movimento no bar do qual ele era dono despencou. O jeito foi comprar o salão da sua amada, Monalisa, e assumir o comando das escovas e tinturas.

Osnar: Já comeu todas as atrizes da Globo (ao menos, suas personagens). Agora, vai experimentar outras possibilidades e, provavelmente, passará o rodo também no sexo dito masculino.

Crô: Toda novela do Aguinaldo Silva tem que ter uma bicha louca. Essa tem dois (e um que ainda vai se assumir, pelo visto). Pelo menos, um deles é o Paulo Betti.

Zoiudo: A vida de motorista de madame não é fácil, especialmente se a chefe for a Christiane Torloni (que, com a graça de Deus, não foi convocada para esta novela, o que talvez explique por que o folhetim tende a ser melhor do que a última novela de Aguinaldo Silva, já que o resto do elenco é quase todo o mesmo). Por isso, ele largou tudo e resolveu ser garimpeiro, que parecia uma profissão mais tranquila.

Viúva Porcina/Chiquinha Gonzaga: Ela não tem (mais) medo de nada.

Má-jorie Estiano: Amiga da família Khoury, de "Amor à Vida", ela foi boazinha em todas as novelas até agora. Mas pediu uma chance para ser malvada e se vingar de Aline. Só este-ano, ha, ha, ha.

Aline: Ela fez tantas maldades em "Amor à Vida", que voltou a esta novela somente para morrer de novo e pagar novamente pelos seus pecados.

Berna: Depois de entrar no mercado de compra e venda de crianças, como consumidora, esta distinta mãe de família resolveu mudar de lado do balcão e passar a comercializar a própria filha para o ricaço da novela. A vantagem é que ela não precisa entregar de vez a mercadoria nunca e recebe um aluguel periódico que lhe garante o sustento e a ponte aérea semanal para a Turquia. Güle, güle!

Cida: Fanática por novelas e música brega, a ex-empregada dos milionários de Top Model assistiu às maldades de Aline em "Amor à Vida" e, agora, resolveu se vingar dela e fazê-la comer o diamante que o ex-namorado não lapidou.

Patrícia Velmont: Exatamente o mesmo papel de antes, com a diferença que agora ela pode virar a Griselda quando ficar mais velha, e não mais a Christiane Torloni.

Nicole: Foi patricinha rica e virgem, morreu, virou fantasma, descobriu o sexo quando estava no além, e reencarnou como amante do comedor, digo comendador.

O mesmo casal de sempre (que não necessariamente fica junto até o fim da novela). Um português e uma mulher negra, porque nós detestamos clichês e temos orgulho da nossa história.

Getúlio Vargas: Tá, é da novela das onze, mas eu só queria dizer que, depois de assistir a "Getúlio" no cinema, é impossível ver o Tony Ramos e não achar que ele está fazendo o mesmo papel de presidente ex-ditador da República. (E eu não ia fazer um outro post só para dizer isso.)

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